quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Lucas Michelon - Dia 10 de agosto

O exemplo a ser seguido

Estive eu nas dependências do ginásio municipal de Pinhal Grande, onde foi prestigiar as futuras promessas do futsal Pinhal-grandense,  categoria sub 16. Mas a  primeira sensação que tive, antes mesmo da bola rolar, foi jogadores mais preocupados com a aparência, apresentando tênis e cadarços coloridos, meias acima dos joelhos e penteados exuberantes ao estilo do prodígio do futebol brasileiro, mas ainda não craque Neimar, pena que as semelhanças ficavam só nos cabelos minuciosamente esquadrejados em formato de moicano que fazia, em vezes, que os jogadores omitissem algumas jogadas que desmandassem o uso da cabeça, para assim não destruírem seus esbeltos penteados, lembrem-se, é futsal e não um desfile de moda, estão num ambiente que demanda certo contato físico, não em um baile de debutantes onde o principal é a aparência. Outro fato que me chamou atenção, de maneira desagradável, foi a falta de desportividade de algumas equipes, que com plantéis inferiores, jogavam um futsal vergonhoso com uma violência demasiada. Defendo ferozmente a rivalidade e o futebol disputado, mas sempre respeitando a integridade física dos envolvidos, e que tudo fique dentro das quatro linhas. Alguns atletas apelavam e se deixavam levar pelas provocações dos adversários, e é desta forma, que o jogo e principalmente o futuro do futsal Pinhal-grandense, perdem, pois não esqueçam prodígios do futebol regional, este tipo de campeonato serve para integrar e relevar as promessas, não para manchar a competição com atitudes anti-desportivas, pois um dia jogaram campeonato na categoria principal, e isto que fazem na base será severamente repudiado.  
Mas tinha prometido que neste meu primeiro post, não ia apelar tanto, e pegaria leve pra começar, assim não daria a ideia que o futsal de Pinhal Grande é violento e exótico, a julgar pelos seus praticantes. Então para fazer jus ao título, deste meu primeiro texto, que faz referência aos exemplos a serem seguidos pelos futuros atletas, farei um pequeno resgate histórico sobre o futebol brasileiro, coisa que todos os jogadores ou amantes do esporte deveriam fazer, então vamos ao que interessa.
Tudo bem, concordo, Neimar é o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro, mas tem que jogar e mostrar muito ainda para sem comparado aos mitos do futebol mundial, coisa que a imprensa insiste em fazer diacronicamente, é um bom jogador e ponto final. Ta, mas que isto tem a ver com o tema de minha resenha, é ai que entramos no assunto. Seguir os passos de Neimar, não é apenas usar moicano, chuteiras coloridas, gola alta e meiões acima dos joelhos, tudo bem, ele fez, com a ajuda generosa da imprensa brasileira, a cabeça dos pequenos atletas, no sentido literal da palavra, ai que entra a parte da história futebolística nacional.
Jogadores como Tostão, tri campeão mundial pela seleção brasileira na copa de 70, atualmente médico, comentarista radiofônico e colunista de vários jornais, este sim, um verdadeiro exemplo a ser seguindo, tanto dentro quanto fora de campo. Também cito o eterno diamante negro, Leônidas da Silva, melhor jogador e artilheiro, com 8 gol, da copa de 1938, inventor da bicicleta, o único jogador, até hoje, a fazer gol em copa do mundo de pés descansos,  brilhou também, na década de 40 com a camiseta do São Paulo, onde colocou cerca de 10 mil torcedores no estádio, no dia de sua apresentação como jogador oficial do clube paulista, número record  a julgar pela época onde o futebol era preconceituoso e disputado apenas por brancos e pela elite nacional, negros como ele eram raras as exceções.  Agora eu me pergunto, se Leônidas da Silva fez gol em copa do mundo de pés descansos, será que depois do que vi na base do futsal Pinhal-grandense os prodígios atletas fariam o mesmo? Sem  generalizar, acho que não, jogadores mais preocupados com o estilo se o tênis não for da marca da moda, nem entram em quadra.
 Pena que jóias do passado, como estas, não usavam  moicanos, vai ver é por isto que quase ninguém tenta seguir seus passos e imitar seus penteados, ou seria porque eles jogavam para o time e não para o espetáculo particular. É pequenos, mas notável atletas do futuro, pensem, se um dia quiserem chegar ao patamar de um craque, esqueçam os cabelos, a aparência, e preocupam-se apenas em mostrar seu futebol de maneira humilde e sem vaidade ao extremo, pois trabalhar o status pessoal numa competição coletiva acredite, não faz tão bem assim como vocês pensam. É realmente agora creio que os grandes exemplos do futebol do passado, caíram no esquecimento.
 

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